Por Talita Nascimento

São Paulo, 07/02/2025 – O diesel representa cerca de 20% da composição dos custos das empresas aparistas de papel, que compram
papel e papelão de catadores e, assim, recolhem anualmente mais de 4,5 milhões de toneladas de papéis para reciclagem. Na visão
da Associação Nacional dos Aparistas de Papel (Anap), a alta deve se traduzir em aumento de preços desse produto às indústrias, já
que hoje a margem Ebitda do setor está, em média, entre 3% e 5%.

O vice-presidente da Anap, João Paulo Sanfins, explica que a eficiência do setor hoje é limitada em virtude da alta taxa de juros e
da consequente dificuldade de renovação de frotas. “Estimamos que foram R$ 780 milhões que deixaram de ser investidos só em
renovação de frota pelo setor nos últimos 5 ou 7 anos”, afirmou ao Broadcast.

Para ele, os recentes aumentos no preço da celulose e a lei 15.088/2025, sancionada pelo presidente Lula em 7 de janeiro, que
passou a proibir a importação de resíduos sólidos e rejeitos, incluindo materiais recicláveis, como papel, plástico, vidro e metal são
indícios de que o repasse do preço do diesel às indústrias tem espaço para acontecer.

“A lei tem como objetivo incentivar a cadeia econômica da reciclagem, que atualmente aproveita apenas 4% do lixo gerado no
país”, diz Sanfins. Ele comenta ainda que, em 2023, último ano com dados consolidados, foram coletadas no Brasil 4,5 milhões de
toneladas de papel e papelão, o que representa uma taxa de reciclagem de 60%. “É bastante comparado com o cenário de outros
países. Mas se torna uma taxa pequena quando comparada ao que o Brasil já fez. Em 2018, a taxa chegou a quase 70%”, lembra.
Os dados são do Relatório Estatístico Anual de 2024 da instituição, que analisou os dados de 2023.

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